A sessão plenária desta segunda-feira (3), na Câmara Municipal do Recife, começou tensa. Uma declaração da vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) provocou revolta nos vereadores do bloco de oposição. O bate-boca teve início após Jô chamar de “bandidos, fascistas, misóginos e racistas” os parlamentares de direita, por lamentarem apenas as mortes dos policiais na recente operação, do Rio de Janeiro. Logo em seguida, o vereador Eduardo Moura (NOVO), acompanhado dos demais pares do bloco oposicionista, Felipe Alecrim (NOVO), Alef Collins (PP), Gilson Filho, Thiago Medina, Paulo Muniz e Fred Ferreira (PL), subiu à tribuna e disse que vai acionar a Comissão de Ética da Casa contra Jô Cavalcanti. 
      Segundo Moura, é inadmissível que um parlamentar atribua, falsamente, crimes graves a outros vereadores. “Hoje usaram um termo ainda pior, que depõe contra o decoro desta Casa, que é o termo ‘bandidos’. Jamais, em todos os meus discursos, eu ofendi qualquer vereador ou vereadora. Vamos colocar a Comissão de Ética pra funcionar, também, contra Jô Cavalcanti. O que aconteceu hoje extrapolou qualquer coisa que eu vi nesta Casa desde que eu entrei”, lamenta. 
      Eduardo Moura ainda lembrou que, recentemente, o colega Thiago Medina (PL) foi colocado na comissão de ética porque um vereador do PT se sentiu ofendido por uma palavra que ele usou. “Eu quero ver a mesma postura da Casa em relação ao que aconteceu, porque não é a primeira vez que a vereadora Jô Cavalcanti faz acusações infundadas, inclusive é previsto no código penal brasileiro que é a atribuição de crime a uma pessoa que não cometeu. Isso está no código como calúnia. Detalhe: o crime de racismo é inafiançável e eu fiz questão de perguntar se eu estava no meio, e a vereadora confirmou”, assegurou.   
      O líder do NOVO na câmara também sugeriu que a Casa José Mariano emita uma nota de repúdio ao episódio, em defesa da própria imagem institucional. “A atitude desta vereadora não foi de vereadora, foi de militante. Se ela quer voltar a ser militante que vá pra rua fazer protestos. Aqui é lugar de vereador e vereadora. Aqui não é local de desrespeito, nem de atribuir crimes a ninguém. Eu tenho certeza que esta Casa vai tomar uma atitude”, concluiu Eduardo Moura, em tom de revolta.

